Para quem acompanhou minha primeira aventura internacional (Buenos Aires), pôde perceber que aquela experiência me trouxe a certeza de que sonhos podem ser realizados se: acreditamos, planejamos, temos fé, coragem de se aventurar e estamos atentos aos sinais que a vida — ou Deus — nos dá. E diga-se de passagem, eu estava com todos esses pré-requisitos em dia.
No final de 2014, eu conheci uma nova colega de trabalho (sim, de novo rsrs), dessa vez a Janinny. Não lembro exatamente como nos conectamos, mas o fato é que, de cara, “nosso santo bateu”. Estávamos em um momento parecido da vida pessoal, o que ajudou a criar uma conexão instantânea, de cumplicidade e troca valiosa. (Anos depois eu descobriria que estava ganhando uma irmã de presente.)
Como em todo bom relacionamento e amizade, surgem planos — e não foi diferente. Decidimos que iríamos conhecer Santiago, e em junho de 2015, lá fomos nós.
Bom… apertem os cintos de segurança, que lá vem emoção (risos).
Chegou o grande dia!
Malas prontas, passaporte: check, reserva do hotel: ok, cartão de crédito desbloqueado… embarcamos rumo à felicidade. Pegamos um voo no final do dia, saindo de Guarulhos para o aeroporto Arturo Merino Benítez, que é o principal aeroporto do Chile. Foi um voo direto, com duração de aproximadamente 4 horas. Por conta do horário, tivemos o cuidado de escolher um hotel com portaria 24h, pois sabíamos que chegaríamos em Santiago muito tarde, considerando o horário local.
O voo foi tranquilo. Aproveitamos para beber todo o vinho que estava incluso — afinal, já estava pago, né? Imigração, tudo lindo, recuperamos nossas bagagens (sim, nessa época eu despachava bagagem para uma viagem de 1 semana).

Pegamos um táxi e partimos para o hotel. O trajeto durou uns 25 minutos. Estávamos animadas com o que estava por vir, até que…
O taxista parou o carro e disse: “o endereço de vocês é aqui”. Olhamos procurando algum hotel e não víamos nenhuma placa, mas recolhemos nossas bagagens, nos despedimos do taxista e fomos em busca da tal portaria 24h. Fato é: ela não existia! O hotel em referência nada mais era do que uma casa de dois andares que havia sido transformada em “hotel”. Tudo o que tínhamos ali era uma porta e uma campainha, numa rua escura e deserta de Santiago. A essa altura, eu já tinha pensado: “a casa caiu, fomos enganadas”. Mas aqui vale um parêntese: esse hotel tinha nota 8,3 no Booking.com — não era qualquer link que encontramos na internet.
Começamos a tocar a campainha sem parar, bater na porta, ligar para o telefone da reserva… e nada. Depois de muito tempo, alguém atendeu o telefone e simplesmente respondeu que não tinha, de fato, portaria 24h, que não havia ninguém por perto e que só poderiam nos receber por volta das 8h da manhã, horário em que um funcionário chegaria. Vale lembrar que isso era por volta da meia-noite.
Bom… tínhamos duas malas grandes e duas mochilas cada uma, cansaço e muitas incertezas (risos). Mas pensamos: um Ibis tem em todos os lugares, não é tão caro e tem portaria 24h. Vamos procurar o Ibis mais perto e passar essa noite lá. Amanhã cedo a gente volta e vê no que a gente se meteu.
Assim foi. Pegamos um táxi e fomos para o Ibis mais próximo. Chegamos lá, contamos nossa história triste, e a recepcionista nos disse: “infelizmente, todos os nossos quartos estão ocupados…”
Eu e a Janinny nos olhamos e caímos na gargalhada. Parecia piada, mas era a realidade. E então tivemos a seguinte ideia:
— Moça, podemos ficar aqui acampadas na sua recepção?
E assim foi. Compramos umas cervejas, uns salgadinhos, e passamos a noite em claro, bebendo, conversando e rindo do primeiro perrengue internacional.


O dia seguinte
O horário para entrada no nosso hotel finalmente chegou. Voltamos para o endereço e, dessa vez, havia um funcionário por lá. O hotel era bem simples, nada parecido com o que tínhamos visto na internet. Nosso quarto era bem pequeno, as roupas de cama estavam sujas, e o banheiro era minúsculo. E, pra piorar, o chuveiro era elétrico, a pressão era fraca e o box tinha uma cortina de plástico…
Gente, nada contra a cortina de plástico — já tive por muitos anos na minha casa — mas num box quadradinho onde só cabe uma pessoa, era uma experiência péssima durante o banho. A cada virada, era uma toalha gelada grudando na sua bunda 😂 e eu não estou exagerando. Quem me dera ter uma foto do hotel, e do banheiro para compartilhar aqui, mas infelizmente não tenho. Acho que na hora não visualizei que se tornaria parte de uma historia.
Bom, superada a prova, tínhamos um “abrigo”. Portanto, hora de explorar Santiago.
Mas Michelle, vocês não foram dormir antes de sair e conhecer a cidade? Não!!! Afinal, só tinhamos 6 dias para curtir Santiago. o 1º ja tinha começado, e pra melhorar era uma sexta feira, portanto, deixaríamos para dormir no Brasil (risos)
No próximo post, te conto como transformamos esse início caótico numa viagem inesquecível — com direito a muita degustação de vinho, visita aos principais pontos turísticos, comida, e o maior “mico” da minha vida, voce não vai perder né? Fica por aqui!
“Continua no próximo post…“
E você, já passou por algum perrengue em viagem? Me conta nos comentarios!
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